Ceratose actínica

Ceratose actínica

Publicado em 28 de janeiro de 2015

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A ceratose actínica é uma lesão pré-maligna induzida pela radiação ultravioleta natural (solar) ou artificial (câmaras de bronzeamento, PUVA) e raio-x que pode evoluir para carcinoma espinocelular invasivo. Representa a segunda causa das consultas dermatológicas nos Estados Unidos. É mais freqüente em pessoas de pele clara e em áreas da pele fotoexpostas. O risco de progressão de uma ceratose actínica para um carcinoma espinocelular é de 0,6% em 1 ano e de 2,57% em 4 anos. Embora no passado se acreditasse que uma ceratose actínica nunca evoluisse para um CBC, hoje alguns trabalhos já mostram essa possibilidade sendo de 0,48% a chance em 1 ano e de 1,97% em 4 anos.

Fisiopatologia
As lesões surgem em áreas expostas ao sol cronicamente, como face, orelhas, couro cabeludo “áreas onde faltam os cabelos”, antebraços e dorso das mãos. Deste modo, a frequência das lesões aumenta a cada década de vida, nos residentes de países próximos ao equador e em pessoas que trabalham em ambientes abertos. A ceratose da lesão representa proliferação epidérmica focal anormal de queratinóticos.
A análise das células na ceratose actínica mostra mutações genéticas caracteristicamente induzidas pela radiação ultravioleta, como mutação no gen TP53 e deleção do gen codificador da proteína supressora tumoral p16.
As lesões podem regredir, permanecer inalteradas ou sofrer malignização. A percentagem de lesões que evolui para carcinoma espinocelular é desconhecida, variando de 0,1 a 10%. Cerca de 60% dos carcinomas escamosos da pele derivam de uma ceratose actínica.

Epidemiologia
Ocorre predominantemente em pacientes de fototipos I e II de Fitzpatrick, sendo mais comum no sexo masculino e acima dos 50 anos de idade. Pacientes imunossuprimidos pós-transplante de órgãos tem maior risco de desenvolver lesões de ceratose actínica.

Quadro clínico
As lesões inicialmente são pequenas manchas de superfície áspera que posteriormente aumentam em diâmetro, tornando-se placas eritematosas com descamação de 3 a 10mm ou mais de diâmetro. Surgem em áreas fotoexpostas e pode haver lesões múltiplas que chegam a confluir. Suas variantes podem ser: forma pigmentada, forma atrófica, forma bowenóide, líquen-plano símile e corno cutâneo (forma hiperceratótica).

Diagnóstico
O diagnóstico é clínico. Biópsia da lesão deve ser realizada nos casos mais exuberantes, em que há a suspeita de carcinoma espinocelular (lesões com eritema ou hiperceratose abundantes, induração ou nodularidade). Também é recomendada a biópsia nas lesões recorrentes ou irresponsivas à terapia.
Outro método auxiliar ao diagnóstico é o uso da fluorescência com o uso de uma droga fotossensibilizante (p. ex. ácido aminolevulínico). Com essa substância, as lesões, inclusive não visíveis a olho nu, emitem uma fluorescência rosa à luz de Wood ou lâmpada de terapia fotodinâmica. Este método auxilia no encontro de lesões ocultas a olho nu.

Tratamento
A prevenção é o fator primordial no tratamento. Está provado que a fotoproteção e dietas pobres em lipídios reduzem a ocorrência e recorrência das ceratoses actínicas. Nas lesões já existentes, o tratamento é mandatório e consiste em destruição da lesão, que de um modo geral é obtida por métodos seguros e eficazes. Os tratamentos mais utilizados são a crioterapia e o fluoroacil tópico. Outros tratamentos incluem: peelings químicos, imiquimod, diclofenaco tópico a 3% dermabrasão, laser de CO2, retinóides, cirurgia (curetagem e eletrodessecação) e terapia fotodinâmica

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