Larva Migrans

Larva Migrans

Publicado em 11 de maio de 2015

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Conceito. Infestação freqüente determinada pela presença na pele de parasitas que se movem, daí ser também conhecida como dermatite linear serpeante ou bicho geográfico.

Etiologia. Seu agente etiológico mais freqüente é o Ancylostoma brasiliense, que parasita o instestino de cães e gatos, mas pode também ser determinada peloAncylostoma caninumA. ceylonicumUncinaria stenocephala Bubostomum phlebotomum.

Ciclo evolutivo. O animal (gato ou cão) defeca e libera no solo numerosos ovos. Em condições favoráveis de calor e umidade estes ovos eclodem e em cerca de um semana transformam-se em larvas infestantes. O homem, ao entrar em contato com o solo contaminado, infesta-se de forma acidental pela penetração da larva na pele. Esta, então, passa a gerar reação inflamatória local, instalando-se intraepidermicamente e determinando por seu deslocamento o surgimento de lesão de trajeto linear e sinuoso, com 2 a 3mm de largura e apresentando na porção terminal uma pápula onde está localizada a larva. A progressão da larva é maior no período noturno, caminhando 2 a 5cm diários.

Clínica. As lesões localizam-se mais freqüentemente nos pés, nádegas e mãos. Podem permanecer inativas por várias semanas ou mostrar atividade precoce com o surgimento de erupção de trajeto tortuoso, com extremidade distal migrante e proximal já mostrando regressão. A larva encontra-se na extremidade migrante gerando intenso prurido e determinando formas bizzaras à erupção. Grande número de larvas podem estar ativas ao mesmo tempo. Pode haver surgimento de vesiculas e bolhas, em casos com intensa reação. Ocorre ainda além da forma migrante típica, a forma papulosa de mais difícil diagnóstico. Trata-se de patologia autolimitada, sendo sua duração variável, de acordo com a larva infestante. Estudos mostram uma duração média de quatro semanas, culminando com a morte da larva, mas podem persitir por até 6 meses. A larva migrans pode ser acompanhada pela síndrome de Löeffler de eosinofilia pulmonar, particularmente nas infestações severas.

Tratamento. Várias terapias tem sido empregadas, como o tiabendazol na dose de 25-50mg/Kg por 2 a 4 dias, mas com efeitos colaterais como anorexia, naúseas, dor abdominal, vômitos, vertigem e cefaléia. Tal droga vem sendo abandonada dada a alta incidência destes efeitos colaterais. Uma opção bastante empregada é o albendazol, pertencente a um grupo de drogas heterocíclicas, muito resistente à inativação oral, sendo utilizado em dose única de 400mg ou 200mg duas vezes ao dia por três dias consecutivos. É droga contra-indicada na gravidez e mostrou-se teratogênica e embriotóxica em ratos e coelhos. Entre os anti-helmínticos mais promissores destacamos a ivermectina administrada em dose única de 200mcg/Kg. para adultos e para crianças abaixo de 5 anos 150mcg/kg. Nos casos de infestação mínima, indica-se somente o tratamento tópico com pomada de tiabendazol 5-15% por um período de uma até duas semanas.

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