Hemangioma infantil

Hemangioma infantil

Publicado em 11 de maio de 2015

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Corresponde a um tumor benigno que resulta da proliferação de vasos sanguíneos, que surge durante o  primeiro mês de vida, e caracteristicamente, tem uma fase de crescimento inicial e uma fase involutiva tardia. Lesões que eram chamadas hemangiomas cavernosos, na verdade são má-formações do desenvolvimento vascular, devendo este termo ser abandonado.

A prevalência do hemangioma infantil é de 10% no final do primeiro ano de vida, chegando até 23% nos bebês de baixo pêso. Torna-se aparente em 90% dos casos no final do primeiro mês e virtualmente em 100% no final do nono mês. Cerca de 65% dos hemangiomas infantis são superficiais, 15% profundos e 20% mistos. Em 80% dos casos a lesão é única e localiza-se mais na cabeça e pescoço (60%), tronco, região perianal e genital. Sua superfície pode ser plana ou lobulada, variando seu tamanho de 1 a 25cm, ou mais.

Alcança seu maior tamanho em 3-6 meses. Virtualmente 100% dos hemangiomas infantis sofrem regressão espontânea: 30% aos 4 anos, 50% aos 5 anos e 75% aos 7 anos. Na ausência de complicações, como sangramento e ulceração, a conduta é expectante. Mas, se estas ocorrem ou o hemangioma situa-se em áreas como as pálpebras, ponta do nariz ou orelha, onde uma ulceração pode ser destrutiva, o tratamento imediato deve ser feito.

Uma boa escolha são os corticosteróides sistêmicos, que só são ativos durante a fase proliferativa, na dose de 2-5mg/Kg de prednisolona por 4-8 semanas com posterior redução gradual.

O propanolol tem se mostrado eficaz. Tem-se usado 2 a 3mg / kg por dia. A duração do tratamento médio é de 5 meses. O rebote lesional ocorre em 21% dos pacientes após uma média de 4,3 meses de terapia. Eventos adversos ocorrem em 18,1% dos pacientes e incluem hipotensão, sonolência, chiado, insônia, agitação, pesadelos, mãos frias, suores noturnos, refluxo gastroesofágico, hipoglicemia  e rash tipo psoríase. Os primeiros efeitos, a médio e longo prazo do propranolol sobre o hemangioma infantil podem ser atribuídos a três diferentes alvos farmacológicos. Primeiros efeitos (brilho da superfície do hemangioma dentro de 1-3 dias após o início da terapia) são atribuíveis a vasoconstrição devido à liberação aumentada de óxido nítrico. Efeitos intermediários são devido ao bloqueio de sinais pro-angiogênicos (fator de crescimento vascular endotelial, fator de crescimento básico de fibroblastos, matriz metaloproteinase) que resultam em parada de crescimento. Efeitos a longo prazo do propranolol são caracterizados por indução de apoptose em células endoteliais proliferantes que resultam na regressão do tumor. Se indicado, o tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível para minimizar a extensão das mudanças teciduais. Pacientes jovens mostram benefícios rápidos e prolongados.

Outras opções são os corticóides intralesionais (para as pálpebras), laser como o flashlamp-pumped pulsed dye laser (585nm), Nd:YAG ou a luz pulsada, compressão, excisão cirúrgica, crioterapia e embolização.

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