Foliculite queloidiana da nuca

Foliculite queloidiana da nuca

Publicado em 7 de maio de 2015

Atlas de Imagens

Caracteriza-se por pápulas e pústulas foliculares na região occipital e nuca que evoluem para cicatrizes queloidianas, inicialmente descrita por Hebra em 1860.

Epidemiologia: Tipicamente ocorre na região occipital e nuca, quase exclusivamente em jovens e negros. Ocasionalmente, pode ocorrer em hispânicos e asiáticos, porem é rara em brancos. Mais comum em adultos jovens e predomina em homens, com proporção homem-mulher de 20:1.

Etiopatogenia: A etiologia é incerta. Sugere-se que a irritação crônica da pele pelos cabelos grosseiros e encaracolados levaria à inflamação e desenvolvimento dessas lesões. Também foi evidenciado que homens que apresentam politriquia (2 ou 3 pêlos em um mesmo folículo),  raspam os cabelos ou fazem cortes mais de uma vez ao mês tem mais chance de desenvolver o problema. Uso de roupas ou acessórios apertados, levaria a fricção e fratura mecânica dos fios.
Esse pêlo tonsurado, funcionaria  como um corpo estranho local, induzindo inflamação granulomatosa crônica, clinicamente evidenciada por pápulas e pústulas foliculares. Com a cronicidade do quadro, induziriam a formação de cicatrizes hipertróficas. É a evolução crônica que leva a formação de lesões semelhantes à quelóides (histologicamente não são quelóides)

Manifestações clínicas: As lesões se iniciam como pápulas e pústulas foliculares, algumas vezes pruriginosas, na região occipital e de nuca.  As lesões crescem ao longo do tempo, assumindo aspecto semelhante à cicatriz queloidiana e tornam-se desfiguradas e dolorosas, podendo levar à formação de uma placa de alopecia ciactricial.
O diagnóstico é clínico, porém cultura bacteriológica deve ser solicitada, e antibiótico apropriado iniciado.

Tratamento: O tratamento é difícil, e não há até o momento uma terapia de primeira linha. Os pacientes precisam estar cientes que o ato de raspar ou cortar os cabelos muito curtos pode agravar o problema, assim como uso de camisas com colarinho muito apertado pode levar a fratura mecânica dos fios. Xampus antisépticos podem ser indicados.
Na fase papular em que predomina a reação inflamatória, corticóides tópicos podem ser indicados. Quando há presença de secreção purulenta, cultura deve ser realizada. Pode ser optado por antibiótico tópico ou oral a depender de cada caso.
Isotretinoína oral pode ser considerada.
Uma vez que a doença está controlada, a manutenção pode ser feita com retinóides tópicos e uso intermitente de corticóides.
A ablação a laser deve ser considerada nas lesões refratárias a outros tratamentos, com intuito de evitar cicatrizes.
Quando as lesões cicatriciais já estão instaladas, aplicações intralesionais de corticóides estão bem indicadas.

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