Vírus Epstein-Barr (EBV)

Vírus Epstein-Barr (EBV)

Publicado em 29 de abril de 2015

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O EBV apresenta tropismo pelos linfócitos B e certas células epiteliais escamosas, dependendo da expressão na superfície celular de moléculas CD21 (receptor para complemento C3d), onde o vírus liga-se para penetrar na célula. A infecção primária, geralmente, é assintomática.

O vírus persiste por toda a vida em latência nas células B. Sob certas condições pode haver replicação viral. A disseminação da infecção ocorre usualmete pelo contato com a saliva de pessoas portadoras assintomáticas.

A mononucleose é a principal manifestação clínica do EBV, atingindo mais pacientes entre 17 e 25 anos de idade. O perídodo de incubação é de 30 a 50 dias. Cursa com febre, odinofagia com faringotonsilite exsudativa, linfoadenopatia, esplenomegalia (50%). Linfocitose com pelo menos 10% de atipia, usualmente 20 a 40%, mas não é patognomônico. Alteração das provas de função hepática. Petéquias no palato surgem no 2º ou 3º dia de febre. Exantema pode ocorrer em 10% dos casos do 4º ao 6º dia. Caracteriza-se por erupção macular ou maculopapular em tronco, braços e face. Se for administrada ampicilina, pode ocorrer desencadeamento de erupção morbiliforme extensa, em mais de 90% dos pacientes, sete a dez dias após o início do tratamento.

O EBV está relacionado com carcinoma de nasofaringe e com várias doenças linfoproliferativas B (linfoma de células B, linfoma de Burkitt). O diagnóstico é feito pela detecção de anticorpos contra o antígeno do capsídeo viral do EBV (IgM persiste por poucos meses e IgG por toda a vida). A reação de Paul-Bunnel é positiva em 90% dos pacientes após 1 a 2 semanas da infecção.

Outras manifestações do EBV:

-Leucoplasia oral pilosa. Associada a AIDS. Manifesta-se por placas esbranquiçadas nas bordas laterais da língua (ver cap14 de AIDS).
-Síndrome de Gianotti-Crosti ou acrodermatite papular infantil. Acredita-se que seja uma reação ao EBV na infância. Manifesta-se por pápulas na face e membros.
-Úlcera de Lipschütz. Ulceração genital dolorosa na adolescência sem infecção venérea. Há regressão espontânea lenta.
– Linfadenite necrotizante histiocítica de Kikuchi.
– Linfoma subcutâneo NK-cell (CD56+).
– Lesões hydroa vaciniforme símile.

Algumas associações do EBV com dermatoses reativas devem ser lembradas: eritema multiforme, eritema nodoso, eritema anular centrífugo, urticária, pitiríase liquenóide aguda e erupção facial lembrando o granuloma anular inflamatório.

Tratamento: é sintomático e ampicilina, amoxicilina ou cefalosporina não devem ser dadas durante a fase aguda da infecção por mononucleose.

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